Quem você nasceu para ser? | Parte 1
VocaçãoEscolhe um trabalho de que gostes e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida. — Confúcio
Essa frase, a priori, parece muito instigante, a promessa de não precisar trabalhar nenhum dia de nossas vidas. Há muitos debates a respeito de vocação e sobre trabalhar com algo que nos dê prazer. No entanto, a princípio creio ser interessante discorrer sobre o que de fato é prazer.
No dicionário, o prazer pode significar sensação ou emoção agradável, ligada à satisfação de uma vontade, uma necessidade, do exercício harmonioso das atividades vitais, etc.; alegria, contentamento, júbilo, satisfação.
Outrossim, vale ressaltar que na neurociência há uma diferença clara entre prazer e bem-estar, no entanto, trataremos o prazer no senso comum, como uma forma de felicidade.
Ao longo da nossa jornada, desenvolvemos diversos talentos e começamos a gostar de realizar algumas coisas, porém, em nosso cotidiano como a maioria de nós, não trabalhamos com o que gostamos logo achamos impossível gostar, do que fazemos, infelizmente nosso modo de pensar muitas vezes limitado não entende que nossa vida, é uma jornada e como toda boa jornada existe um caminho a se percorrer.
Você sabia que Michael Jordan era um rapaz muito baixo na infância e a maioria dos treinadores não queria treiná-lo, pois não viam nele o potencial o qual hoje ele apresenta? Como será que foi para ele enfrentar a opinião da que não seria um bom jogador devido sua altura? Eu não consigo imaginar as crises de identidade as quais esse atleta possa ter sofrido, mas talvez elas sejam parecidas com as que você tem passado ou até mesmo com as que Paulo passou.
Talvez você ainda não foi apresentado a Paulo, mas permita-me mostrar um pouco de sua história:
Paulo era um homem cheio de convicções que nasceu em Tarso, na Cilícia atual Turquia. Ele possuía cidadania Romana, o que era muito bom visto que Roma era um dos principais governos naquele contexto; também foi instruído por Gamaliel, um dos pensadores mais influentes da época. Ademais, Paulo possui cidadania Judaica, o que lhe dava livre acesso e grande influência nos templos religiosos daquele lugar.
Portanto, Paulo era um homem cheio de privilégios, o qual possuía a melhor educação, no melhor Governo e tinha influência no âmbito religioso, mesmo ocupando uma posição de respeito dentro de todos os poderes da sociedade, o que faz um homem como ele dizer que considera todas essas coisas como esterco?
O que leva pessoas bem sucedidas em sua vida cair em uma crise existencial e perceberem que nada do que fizeram de fato traz algum sentido para elas?
Como já argumentei acima, acredito que muitas vezes esquecemos que estamos passando por um caminho e essa jornada, na maioria das vezes, não será fácil, pois um ganhador é feito de conquistas. Mas é interessante pensar que muitas vezes colocamos nossa felicidade em coisas momentâneas ou irreais, nos deixamos ter a experiência de algo sem ao menos de fato “praticá-lo, no artigo “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, publicado em 1955”. Walter Benjamin” vai dizer como os meios de produção de arte são altamente utilizados pelas indústrias de massa e os indivíduos se permitem deixar de sentir de fato as coisas, como, por exemplo, caminhar em um jardim florido com a pessoa amada e permitir apenas assistir alguém realizando essa ação e se satisfazer com isso. Outro exemplo usado pelo autor está na citação abaixo retirada do artigo:
(Continue a leitura desse texto no post, Quem você nasceu para ser? | Parte 2.)