Um porto seguro.
PoemasOuço choros e soluços, escuto ao derredor risadas como de alguém que faz da maldade o seu regozijo, em dias sombrios fiz das minhas lágrimas o meu alimento, e perguntava para minha alma porque se perturbava, tenho aquela convicção mais profunda que uma sensação, o próprio Deus vive em mim. Diante dessa esperança que vem mediante a momentos de provações sinto o amor repousar, sobre meu corpo prostrado. Não estou mais sozinha, sinto alguém enxugando as minhas lágrimas, abro meus olhos marejados, e vejo luz, quando não há luz vemos trevas, já não via mais, trevas, então, concluo que via luz.
Existe algo único o qual era tão acessível como o ar que entra pelas minhas narinas e percorrem o meu sistema respiratório, estou vendo a própria esperança, era uma torre segura na hora da minha adversidade.
Havia coisas inacessíveis que eu não conhecia, mas, a voz d’Ele me dizia que em nossos encontros durante a noite me contaria segredos, conheci pessoas mergulhadas em sua própria iniquidade, e mesmo vendo uma carta viva, que tinha rosto de anjo, não se prostraram diante da majestade do meu Senhor. Lembro-me também de dias que o procurava, e perguntava, onde colocaram o meu Senhor? Ele estava aqui, eu havia adornado suas vestes, onde puseram o meu amado? Então como uma brisa suave sua voz sussurrou em meu ouvido, Ele chamou o meu nome, como uma ovelhinha branca, reconheci a voz do meu bom pastor.
Houve vezes que eu me senti incapaz, minhas súplicas diziam o quanto desejava que Ele voltasse, então com um ato gentil, segurou as minhas mãos e me disse: “está vendo?”. Eu não sabia se estava vendo o que deveria ver, ouvi a voz mansa dele dizendo: “te fiz a minha imagem e semelhança.”
Todos os dias olho para o céu e vejo uma estrela que me lembra a tua chegada, os meus dedos têm se tornado a pena de um escritor habilidoso, pois, não há como olhar para ti sem transparecer a luz, nada pode se esconder do seu calor, já começo a escutar os mares rugindo diante da majestade do meu Senhor.
Nunca pensei que dançaria uma valsa com Deus, mas isso se tornou nosso passatempo preferido, não conseguimos conter os sorrisos, como crianças corremos em um jardim florido, o qual é cortado por um rio límpido, lá tenho a certeza de ter um melhor amigo, contudo, quando saio pela porta, percebo a carência de um mundo submerso na vaidade, tudo se tornou vaidade, novamente estava observando toda a opressão que havia debaixo do sol, e nesse lugar as pessoas não desfrutavam de um consolador, me sentia um lírio em meio a tantos espinhos, observei que o umbigo deles era como uma taça quebrada onde não se podia mais colocar o vinho.
O meu desejo é que os cegos de nascença passem a enxergar, e os ouvidos dos surdos sejam destampados, muitos vasos de barros precisam ser moldados novamente. Senhor você não abandona as obras da sua mão, pois, teu amor dura para sempre, cheio de graça e verdade a tua palavra se manifesta em nosso meio!